O
Povo Pataxó
Por Kaiones
Antigamente, os mais
velhos falavam que moravam na mata do Monte Pascoal, e, quando
queriam, vinham à beira da praia, pegavam comidas, se alimentavam e
depois iam dançar. Ali, ouviam o barulho do mar, sentados bem em
cima das pedras e prestavam atenção naquele som que a água do mar
fazia...
Então, preste bem
atenção no barulho da água, porque as ondas do mar vêm bater nas
pedras e fazem pa-tá e quando voltam fazem xó. Daí o significado
do etnômio Pataxó, banho das pedras com a água do mar.
Os anciões contam
que antigamente em um lugar encantado, chamado Juacema, surgiu um
guerreiro: Txopâi (o criador). Em um dia ensolarado, Txôpai
provocou um grande temporal na juacema, onde se formou um imenso
buraco. Cada pingo de água que caía no buraco se misturava com
barro, dando forma índios belos e fortes. Assim, nós, índios
começamos a povoar e habitar aquela terra.
O povo Pataxó ocupa
parte da faixa litorânea do Extremo Sul da Bahia, onde existem
aproximadamente 31 aldeias que estão distribuídas entre os
municípios de Porto Seguro, Prado, Itamaraju, Santa Cruz Cabrália.
Além de quatro aldeias no estado de Minas Gerais, distribuídas nos
municípios de Carmésia, Itapecerica e Assucena.
De acordo com o
Livro Leituras
Pataxó Raizes e Vivências,
a língua do povo Pataxó tem semelhanças com a família lingüística
Maxacali, que pertence ao tronco lingüístico Macro Jê.
Hoje estamos
trabalhando no processo de retomada da nossa língua, usando o
dia-dia da comunidade e a escola como centros referencias para a
aprendizagem da nossa língua. Passamos a chamar nossa língua de
Patxôhã para marcar nosso trabalho. Patxôhã
quer dizer: Pat
vem das iniciais da palavra Pataxó;
atxôhã
significa ‘língua’; xohã
significa
‘guerreiro’; ou seja, Patxôhã
significa ‘língua do guerreiro’.
A
população indígena Pataxó chega a aproximadamente 20 mil
indígenas (Censo IBGE 2010).