segunda-feira, 21 de abril de 2014

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA 
  “Coisas Pataxó: a arte do saber-fazer”
Aldeia Barra Velha, 19 de abril de 2014


Realizamos uma exposição fotográfica e de artefatos da cultura material Pataxó durante a comemoração do Dia do Índio em Barra Velha.  As fotografias ficaram expostas durante todo o Awê.

A exposição foi fruto dos resultados iniciais do trabalho de pesquisa antropológica sobre a cultura Pataxó em seus aspectos materiais. Ligando os objetos, artefatos e a arte (as “coisas Pataxó”) aos conhecimentos tradicionais. A pesquisa é realizada via Museu do Índio, pelo projeto PRODOCULT Pataxó em parceria com a comunidade de Barra Velha e Reserva da Jaqueira.

Organização:
Aurenilson, Kaiones e Thiago






  Awê em Barra Velha



                                                         
                                                       Aurim e Kaiones na exposição



                                             Imagens da exposição


Fotos: Thiago Cardoso




O Povo Pataxó
Por Kaiones 
 
Antigamente, os mais velhos falavam que moravam na mata do Monte Pascoal, e, quando queriam, vinham à beira da praia, pegavam comidas, se alimentavam e depois iam dançar. Ali, ouviam o barulho do mar, sentados bem em cima das pedras e prestavam atenção naquele som que a água do mar fazia...
Então, preste bem atenção no barulho da água, porque as ondas do mar vêm bater nas pedras e fazem pa-tá e quando voltam fazem xó. Daí o significado do etnômio Pataxó, banho das pedras com a água do mar.
Os anciões contam que antigamente em um lugar encantado, chamado Juacema, surgiu um guerreiro: Txopâi (o criador). Em um dia ensolarado, Txôpai provocou um grande temporal na juacema, onde se formou um imenso buraco. Cada pingo de água que caía no buraco se misturava com barro, dando forma índios belos e fortes. Assim, nós, índios começamos a povoar e habitar aquela terra.
O povo Pataxó ocupa parte da faixa litorânea do Extremo Sul da Bahia, onde existem aproximadamente 31 aldeias que estão distribuídas entre os municípios de Porto Seguro, Prado, Itamaraju, Santa Cruz Cabrália. Além de quatro aldeias no estado de Minas Gerais, distribuídas nos municípios de Carmésia, Itapecerica e Assucena.



De acordo com o Livro Leituras Pataxó Raizes e Vivências, a língua do povo Pataxó tem semelhanças com a família lingüística Maxacali, que pertence ao tronco lingüístico Macro Jê.
Hoje estamos trabalhando no processo de retomada da nossa língua, usando o dia-dia da comunidade e a escola como centros referencias para a aprendizagem da nossa língua. Passamos a chamar nossa língua de Patxôhã para marcar nosso trabalho. Patxôhã quer dizer: Pat vem das iniciais da palavra Pataxó; atxôhã significa ‘língua’; xohã significa ‘guerreiro’; ou seja, Patxôhã significa ‘língua do guerreiro’.
A população indígena Pataxó chega a aproximadamente 20 mil indígenas (Censo IBGE 2010).