No
final de 2013 teve inicio projeto voltado para pesquisa etnográfica
e de documentação da cultura material e dos conhecimentos
associados do povo Pataxó, habitantes de cerca de 31 aldeias no
extremo sul da Bahia e Leste de Minas Gerais. O projeto será
realizado no âmbito do Projeto de Documentação de Culturas
Indígenas – PRODOCULT do Museu do Índio.
Durante
oito meses,
Thiago
Cardoso, pesquisador e
coordenador do subprojeto Pataxó, e
os pesquisadores bolsistas Kaiones Bráz, Aurenilson Bráz e Nilcélia
Alves
realizaram
uma série de encontros e oficinas com artesãos e sábios, onde eram
registradas em vídeo e fotografias
suas falas e habilidades na confecção de artefatos.
Foram
diversos os temas dos encontros. Destacam-se os adornos corporais, em
geral elaborados com uma grande variedade de sementes nativas e de
diversas cores, sempre contando com leve toque de inovação em seus
designs e apresentando estilos diversos a depender do artesão. Peças
de madeira compõe também o rol de artefatos registrados, onde
destacamos os pequenos animais de madeira e bancos, uma especialidade
de alguns membros de uma família Pataxó. Apesar de considerarem uma
atividade rara, só realizada pelos mais velhos, registramos a
confecção de peças de cipós e fibras, como as peneiras, cestos
cargueiros e armadilhas de pesca.
Um
ponto-chave nos registros da cultura material Pataxó, foi a
evidenciação de duas grandes categorias associadas aos artefatos:
os artefatos “de primeiro” ou “dos antigos”, e os “de
hoje”. Este contraste temporal, denota um constante trabalho de
inovação e incorporação de novos elementos a partir da relação
entre os artesãos. Estas categorias e seus contrastes estão
registrados nas peças adquiridas pelo Museu e nos registros
audiovisuais.
Foram
adquiridas e devidamente qualificadas cerca de 66 peças da cultura
material Pataxó. Há ainda cerca de 15 peças em processo de
registro. O registro da produção de artefatos pelos sábios é
considerada de grande importância em termos de construção de um
acervo da memória Pataxó.
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